Somos donos das nossas vidas – algo difícil de lembrar face á política monetária devastadora do Banco Central Europeu (BCE).
Não somos cordeiros do teu jogo viciado, não estamos à tua disposição, não estamos à venda, não somos descartáveis.
“Somos donos das nossas vidas” será o protesto que vencerá a repressão, quando deixarmos de encarar a nossa pobreza como uma derrota pessoal e uma situação imutável.
Dona do universo, vim aqui para te lembrar que não há deus, mas há pessoas por detrás dessas vidas e se persistires em governar em vez de servir, o clamor dos protestos aumentará e terás de escutá-lo cada vez mais alto, fora ou dentro das tuas paredes, por todo o lado, não conseguirás encontrar refúgio.
Enquanto persistires na tua autocracia hegemónica, protegida por estados securitários e policiais, só conseguirás aumentar a violência diária e nós acabaremos por encontrar a via pacífica radical e agiremos contra os desastres humanitários que andas a fabricar.
Não aceitaremos a tua pretensão tresloucada de que a condição para sobrevivermos passa por sacrificarmos a nossa liberdade e vendermos a nossa dignidade aos bancos.
Se persistires na tua arrogância contra as pessoas, só conseguirás aumentar perigosamente a dívida que já contraiste para com elas. As tuas aparições públicas esporádicas não te conferem qualquer legitimidade democrática.
Seria pueril esperar de uma instituição ilegítima como tu que a minha voz fosse escutada ou que as minhas palavras compreendidas, mas sei que há muita gente que entende perfeitamente o que digo.
Hoje sou apenas uma lançadora de confetis que te envia uma mensagem, mas treme com o que está para vir. Saberemos resgatar as nossas vidas.
Longe está a tua dívida de ficar saldada.
Josephine Witt no Radical Cinema